Polêmica francesa

Máquinas de venda de vinho causam controvérsia entre produtores na França

Equipamentos automáticos chegam à Provença oferecendo conveniência, mas enfrentam críticas por quebra de tradição e perda de contato humano

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por Redação

Vinte e duas máquinas de venda automática de vinho foram instaladas na região da Provença, no sul da França, como parte de um projeto-piloto que busca oferecer conveniência e operação 24 horas para consumidores e vinícolas. O equipamento, desenvolvido pela empresa francesa Espace Drive e batizado de Cave O Vin, pode armazenar até 1.000 garrafas refrigeradas, disponíveis mediante pagamento com cartão de crédito e QR code.

De acordo com a The Drinks Business, a proposta pretende atender uma nova demanda de consumo, especialmente entre trabalhadores que terminam o expediente fora do horário comercial. Para acessar o serviço, o cliente deve comprovar sua maioridade no ato da compra online, antes de receber o código de liberação.

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Cada máquina custa cerca de €1.300 por mês para as vinícolas, e os modelos menores têm capacidade para 42 garrafas — tamanho comparável ao de um carro compacto. Os vinhos tintos são mantidos a 14°C, enquanto brancos, rosés e espumantes ficam entre 8°C e 10°C. A expectativa é que duas unidades entrem em operação em Aix-en-Provence até o fim de junho, dependendo da aprovação da prefeitura local.

Apesar da proposta inovadora, o setor vinícola demonstra resistência. Produtores e comerciantes apontam riscos à tradição cultural do vinho na França, marcada pela interação pessoal e pela orientação especializada. Romain Champetier de Ribes, dono de três lojas na Provença, critica o conceito, associando-o à “uberização do mercado do vinho”.

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Nadia Davico, da vinícola Terre de Mistral, com produção anual de 350 mil garrafas, também se opõe. Para ela, o contato humano é fundamental no processo de venda. Ainda assim, Davico reconhece que o modelo pode atrair novos consumidores e gerar interesse pelas vinícolas, especialmente entre os mais jovens habituados ao comércio digital.

A Espace Drive já havia testado soluções semelhantes para queijos e embutidos e aposta na expansão da tecnologia para outras cidades francesas e mercados europeus.

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