Unione Italiana Vini alerta para risco econômico e pede bom senso à Comissão Europeia diante de possível retaliação comercia
por Redação
A Unione Italiana Vini (UIV) manifestou forte oposição à proposta da Comissão Europeia de incluir o vinho na lista de produtos sujeitos a possíveis tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos. A medida, que integra uma resposta comercial a tarifas herdadas da era Trump, reacende preocupações sobre os impactos econômicos para o setor vinícola europeu — especialmente o italiano, que lidera as exportações do bloco para o mercado norte-americano.
O alerta foi feito no dia 9 de maio por Lamberto Frescobaldi, presidente da UIV, que classificou a inclusão do vinho — e do uísque americano — na lista como uma ameaça desproporcional. “O vinho europeu exportado para os EUA movimenta cerca de 5 bilhões de euros ao ano, sendo 2 bilhões somente da Itália. Já o volume de importação vinda dos EUA para a Europa mal atinge 318 milhões de euros. O risco é claramente desigual”, afirmou.
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Frescobaldi ressaltou ainda que a adoção da medida pode desencadear uma “escalada perdedora”, colocando em risco uma cadeia produtiva estratégica para a economia italiana. O setor representa 1,1% do Produto Interno Bruto do país e responde por uma balança comercial positiva de mais de 7,5 bilhões de euros. “É uma economia vital que não pode ser usada como moeda de troca em disputas comerciais”, alertou o executivo.
A UIV defende uma abordagem baseada no diálogo e no bom senso, elogiando a postura do ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, que tem atuado junto à Comissão Europeia para evitar que o vinho seja incluído na nova rodada de controdiretrizes tarifárias.
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O posicionamento do setor ocorre em meio a tensões comerciais ainda não totalmente resolvidas entre a União Europeia e os Estados Unidos, e reforça os apelos por uma política comercial que preserve mercados estratégicos em vez de sacrificá-los em negociações de curto prazo.